miércoles, 28 de diciembre de 2011

A diez años de un estallido social y político aún no descifrado en Argentina

(publicado en el portal www.infovientosdelsur.com)

Por Walter Isaía y Manuel Barrientos

Los procesos de movilización social vividos en la Argentina durante 2001 y 2002 gestaron una épica popular que no sólo obligó a la renuncia de Fernando De la Rúa, elegido dos años antes en elecciones democráticas, sino que sembró diversos ecos que aún siguen resonando en lo político, económico, social y cultural.
Miles de movimientos sociales, organizaciones y colectivos surgieron en aquellos años y su trabajo, en muchos casos resignificado, todavía se expande en los distintos territorios del país.
No se trató de un acontecimiento aislado, sino que representó la cristalización –y masificación, tal vez efímera- de un largo proceso de resistencia al neoliberalismo que se había implementado en América Latina en los años 80 y 90, que dejaron como resultado pobreza, indigencia, desocupación y la transformaron de la región en la más desigual a nivel global.
En ese escenario irrumpió una gran diversidad de actores dispuestos a manifestar sus reclamos; y a encontrar, de forma colectiva, soluciones nuevas a sus problemas comunes. Como respuesta a políticas antipopulares, fueron emergiendo en las últimas décadas movimientos sociales que congregaban a quienes fueron desplazados de sus tierras, a los pueblos indígenas, a los desocupados, los cocaleros que comenzaron a gestionar y buscar soluciones a sus problemas cotidianos, más allá del Estado. Surgieron cooperativas de trabajadores, nuevas organizaciones de derechos humanos, asambleas barriales, movimientos ecologistas, indígenas, de género.

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martes, 27 de diciembre de 2011

Argentina 2001: Memórias de uma cidade em chamas

(publicada en la revista Carta Maior, http://www.cartamaior.com.br)


Argentina 2001: Memórias de uma cidade em chamas

Há mais de dez anos, nos dias 19 e 20 de dezembro de 2001, a institucionalidade argentina voou em mil pedaços e a cidadania, farta das misérias da política e seus negócios, se transformou em resistência popular ao grito de “Que se vayam todos”, ao som ensurdecedor das panelas e das barricadas de fogo nas esquinas. Uma avalanche que colocou frente a frente povo e instituições, e que deixou 39 mortos, milhares de feridos, saques e pobreza, mas que apesar disso entreabriu uma porta para uma nova etapa na política e na economia argentina. O artigo é de Francisco Luque.

Muitos têm uma história para contar, ou melhor, há muitos relatos que querem ser contados. Escutam-se por todo lado. Nas ruas, comércios, transportes públicos, escritórios ou à espera das crianças nas escolas. Nestes últimos dias tudo gira em torno aos acontecimentos de 19 e 20 de dezembro de 10 anos atrás, de 2001, quando a institucionalidade argentina voou em mil pedaços e a cidadania, farta das misérias da política e seus negócios, se transformou em resistência popular ao grito de “Que se vayam todos”, ao som ensurdecedor das panelas e as barricadas de fogo em todas as esquinas.
Uma avalanche que colocou frente a frente povo e polícia, instituições, e que deixou 39 mortos, milhares de feridos, saques e pobreza, mas que apesar disso entreabriu uma porta para uma nova etapa na política e na economia argentina.
A crise econômica que derrubou o país no final dos anos 90 teve seu ápice naqueles dias de fins de 2001. Após décadas de medidas neoliberais, indicadas pelo Consenso de Washington, e do saque a indústria estatal por parte de multinacionais com apoio das autoridades políticas, sobreveio o descalabro econômico. Fuga de capitais, quebra de bancos, resgates estatais dos capitalistas e confisco de poupanças, somados a uma recessão que se incrementava principalmente pela desvalorização do Real em 1999 e um aumento da pobreza que se sentia em grande parte da população foi o estopim para o protesto.
Carente de lideranças e de idéias, o então governo de Fernando de la Rúa não tinha em seu programa receitas para enfrentar a crise econômica, fazendo que as soluções viessem de mãos dadas com medidas de ajuste aos trabalhadores, que não deram resultado. Antes havia acontecido a redução de salários do funcionalismo, a aprovação da lei de flexibilização trabalhista e planos cambiais inaplicáveis, circunstâncias que se desenvolviam rodeadas de um desemprego gigantesco que só fazia crescer.
É neste momento que De la Rúa convoca o neoliberal Domingo Cavallo, ex-ministro de Carlos Menem, para ocupar o cargo de ministro da Economia. Cavallo aplicou restrições à retiradas bancárias, medida popularmente conhecida como “El corralito”, o que provocou o descontentamento geral. Nos dias que antecedem o natal de 2001 começaram a produzir-se os primeiros saques a supermercados e comércio.
As imagens dos saques na televisão comoveram todo o país. O que foi o
“celeiro do mundo”, o país das vacas e da “manteca al techo”, se encontrava com sua imagem real. Ante a magnitude dos fatos, no dia 19 de dezembro de 2001, ao cair da tarde, o presidente De la Rúa declarou o Estado de Sítio, passando o controle da situação aos aparelhos repressivos. O plano não teve êxito e nessa noite iniciaria a insurreição.
Nesse clima social nasceu a revolta popular que produziu uma transformação histórica no país. Durou 24 horas, de 19 a 20, e culminou com a renúncia do governo de Fernando De la Rúa. Segundo testemunhas e estimativas, desde o entardecer do dia 19, depois do anúncio do Estado de Sítio por parte do governo, cerca de 200 mil pessoas se mobilizaram dos bairros para concentrar-se no entorno da Casa Rosada e do Congresso Nacional. A classe média argentina, trabalhadores que viam sumir suas economias de toda uma vida, indenizações de uma década infame presas nas caixas fortes dos bancos, deram ao processo um caráter dinâmico e profundo.
Mas a mobilização foi maior. Em cada bairro da capital, na residência do Presidente ou casa de autoridades, a população acendeu fogueiras e fizeram soar as panelas. No total, umas 800 mil pessoas teriam se mobilizado. 2001 foi uma rajada de ar fresco para a voz do povo.
O cientista político Atilio Borón sustenta em uma entrevista à revista Sudestada que as jornadas dos dias 19 e 20 de dezembro de 2001 puseram fim a um modelo neoliberal raivoso e deram lugar a um muito mais limpo e melhor ordenado. Embora os governos posteriores não tenham produzido um processo de alteração das estruturas fundamentais do modelo neoliberal, algumas mudanças importantes foram realizadas como, por exemplo, a quitação dos bônus da dívida externa.
Segundo o livro “2001: Relatos de la crisis que cambió a Argentina”, são diversos os elementos que se podem resgatar das jornadas de dezembro de 2001. Em primeiro lugar a recuperação da política depois dos anos de apatia do menemismo. A ampla convocatória e a participação de toda a cidadania dão conta de um fato particular na história sociopolítica da Argentina. Por outra parte, o resgate do espaço público delimitado desde a última ditadura se transformou em um cenário propício para o debate político e a resolução de conflitos. O ator popular como protagonista, a importância do conflito e o diálogo como recurso indispensável para a solução deles são outros dois fatores que se resgatam deste momento histórico. Sem os acontecimentos de 2001, hoje a política seria diferente na Argentina.
Outro aspecto interessante para explicar a “pueblada” é o contexto internacional. Para Borón, este fenômeno tem relação com uma série de mudanças que foram se produzindo na América Latina, leia-se a ascensão de governos populares. Por outro lado, já haviam passado e estavam frescos na memória os grandes incidentes de Seattle, na assembléia conjunta do Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial e tinha acontecido a primeira edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre. Ou seja, havia um clima de crescimento da luta de massas na América Latina que se refletiu na Argentina e que a torpeza de De la Rúa, ao implementar medidas repressivas, não soube ler. Isso somado ao grau muito forte de insatisfação popular provocou a crise. 
Mas dezembro de 2001 deixou também 39 mortos, entre eles nove menores de 18 anos. Cada um com histórias particulares. E ainda se procuram os responsáveis. Neste sentido, o Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS), dirigido pelo jornalista Horacio Verbitsky, exigiu à justiça que o ex-presidente Fernando De la Rúa seja julgado por sua suposta responsabilidade nos crimes ocorridos nos dias 19 e 20 de dezembro de 2001. O processo gerado pelos fatos ocorridos no centro da Cidade de Buenos Aires se dividiu em duas frentes: uma, contra os autores materiais dos homicídios e as lesões; e a outra - que já está a ponto de ser levada a júri - pela responsabilidade dos altos chefes do Governo Nacional e da Polícia Federal que estiveram à frente da repressão. Ainda que Fernando De la Rúa tenha sido retirado da causa por "homicídio culposo" pelo juiz Claudio Bonadío e depois pela Câmara Federal, o CELS reivindicou que a Sala I da Câmara Nacional de Cassação Penal reverta essa decisão e permita que o radical seja julgado com outros funcionários e policiais.
Enquanto isso, as ruas continuam contando suas histórias. A Associação de Repórteres Gráficos da República Argentina (AGRA) está realizando uma intervenção urbana com fotografias de grandes dimensões, expostas nos mesmos lugares onde sucederam os feitos históricos de 10 anos atrás. Além disso, organizações sociais de esquerda e cidadãos comuns realizaram marchas e atividades culturais em homenagem às vítimas. Para todas, as que morreram naqueles dias e as que ainda perduram.

Tradução: Libório Junior

lunes, 26 de diciembre de 2011

Revueltos: dos miradas sobre el 19 y 20

Dos libros sobre el estallido de 2001 repasan a través de testimonios e historias de vida qué pasó y qué no. Hablamos con Manuel Barrientos y Walter Isaía, autores de 2001, Relatos de la crisis que cambió la Argentina y con Rodolfo González Arzac, creador de La Rabia, y todo lo que vino después.
(Breve fragmento de la nota publicada en la última edición del periódico MU infolavaca@yahoo.com.ar

miércoles, 21 de diciembre de 2011

“Nos hizo más libres y menos cínicos”

ENTREVISTA PUBLICADA POR PÁGINA 12 EL 19/12/2011
Los autores de 2001. Relatos de la crisis que cambió la Argentina, Walter Isaía y Manuel Barrientos, reflexionan sobre las causas y las consecuencias del proceso que desembocó en las protestas del 19 y el 20 de diciembre.
 Por Ailín Bullentini
Cuando terminó el programa de radio que producía, hace hoy diez años, el periodista Walter Isaía se subió a la camioneta ploteada con el logo de radio La Tribu y se internó en el microcentro porteño, convertido aquel jueves caluroso de fin de año en uno de los focos del desmoronamiento del país, parte de un proceso histórico que es complicado delimitar, casi tanto como definir con un solo concepto: lo que sucedió el 19 y 20 de diciembre de 2001 en la Argentina. “Nunca me imaginé lo que vi. Era la subversión absoluta de las lógicas cotidianas”, comentó Isaía. ¿Qué le pasó al país en esos días en los que más de 30 argentinos murieron en manos de la represión estatal? ¿Qué hizo la sociedad luego? “Algunos dicen que es el último minuto del último round de un proceso de resistencia que habíamos iniciado a fines de los ‘80. De lo que no dudamos es de que fue un momento de épica popular muy fuerte que dejó un sello importante, una huella”, dijo Manuel Barrientos, también periodista. La necesidad de ambos de profundizar en la reflexión los llevó a entrevistar a una veintena de “voces que hayan participado de esos días y a quienes eso les haya resultado importante en su vida, en su trabajo político o social”, contó Isaía. El trabajo, que duró dos años, desembocó en el libro 2001. Relatos de la crisis que cambió la Argentina (Patria Grande).
Hebe de Bonafini, Víctor De Gennaro, la politóloga María Esperanza Casullo, el historiador Ezequiel Adamovsky, el dirigente de La Cámpora Eduardo “Wado” De Pedro, Horacio González son algunas de las más de veinte voces “del campo popular” a las que Barrientos e Isaía invitaron a repensar aquellos días “aportando a la memoria colectiva y a la historia popular”. Los autores se conocieron tres años después del estallido y la represión del gobierno de Fernando de la Rúa. En 2007 recibieron una beca de investigación y en 2008 tuvieron la idea de hacer el libro. “Fue un momento de una movilización social impresionantemente masiva, inorgánica, sin banderas. Una de las primeras veces que nuestra generación, nacida durante la dictadura, crecida en el alfonsinismo y el menemismo, veía y vivía algo así”, definió Barrientos, con la memoria puesta en la noche de aquel 19.
Walter Isaía: –Transcribir las entrevistas nos dio la posibilidad de dar profundidad, de escarbar sentimientos y emociones de los protagonistas, cosas que perderíamos si hacíamos algo ensayístico. Además queríamos que el libro sirviera de insumo para otros laburos; que otros pudieran tomar el recorrido que les interesara y que a partir de ahí pudieran trabajar otra cuestión.
Manuel Barrientos: –El libro nace de esa mirada generacional y apunta a reconstruir y a la vez poner en discusión eso que había pasado. El 2001 marca un quiebre para nuestra generación y también para muchos militantes de los ‘70 que volvieron a politizarse, a pensar de nuevo no sólo en política sino en lo público. Partimos de que no se podía tener una mirada unívoca o cerrada de lo que fue 2001. No hubo una organización o partido político que haya sido el único protagonista de los hechos. De aquellas movilizaciones espontáneas participaron miles de organizaciones, muchas sin banderas.
–¿Por qué no hubo un único protagonista?
M. B.: –Había una crisis de representación muy fuerte. El momento era muy dificultoso, de mucha incertidumbre. Durante la movilización del 19 imperó en todos la imposibilidad de poder sintetizar en consignas eso que estaba pasando. Nadie habló con un micrófono en la Plaza. Eso también marcó un límite. Esa imposibilidad en cierto modo sigue existiendo. En el libro hay discusiones entre los distintos entrevistados sobre eso, sobre el proceso previo y sobre lo que se pudo construir después.
–¿Cómo eligieron las voces?
W. I.: –No queríamos tomar fuentes del oficialismo de ese momento, tampoco queríamos a los máximos dirigentes políticos de entonces. Queríamos voces de organizaciones sociales que hayan participado de esa historia y a las que les haya sido importante en su accionar, en su trabajo político; a quienes les resultaron interesantes el proceso, el estallido, el después; a quienes lo estudiaron, también, para poder encuadrar en un contexto, con su reflexión. Además, para evitar cierta mirada cínica y burlona que aún existe sobre 2001.
M. B.: –Nuestra mirada sobre 2001 no tenía nada que ver con la lógica de museo. De la misma manera trabajamos con nuestros entrevistados: queríamos ver cómo habían avanzado luego de la crisis, en qué los marcó, en qué cambiaron. Pasa con Hebe de Bonafini (titular de Asociación Madres de Plaza de Mayo), que caminó hacia el kirchnerismo; Mario Cafiero, que se alejó del peronismo; Víctor De Gennaro, el presidenciable que no fue.
–Es difícil definir lo que ocurrió esos dos días. ¿Y lo que dejaron?
M. B.: –No dudamos de que surgió un campo popular mucho más rico, diverso y plural en el país. Hay mayor militancia política y, en ese sentido, el kirchnerismo canalizó mucho de todo aquello, de toda esa fuerza de participación que había quedado dormida en los ‘90. Pero también hay muchos más grupos de izquierda autonomista que no se referencian en los partidos tradicionales y hacen su propio camino. En algún punto nos hizo más humilde como pueblo y nos enseñó una mirada regional. Nos hizo más libres y menos cínicos.
W. I.: –Realmente fue un quiebre. 2001 les pegó una patada en el culo a las ideas neoliberales, al fin de la historia, de los relatos, a la imposibilidad de hacer nada para que algo cambie. En uno de los peores estados sociales, económicos y políticos del país, la sociedad pudo obtener la claridad de, cuando le plantearon estado de sitio, salir a la calle masivamente y parar una medida de ese cariz autoritario. Luego, muchos empezaron a hacer. La incapacidad del Estado de gestionar el día a día no paralizó a la gente, que tuvo que empezar a garantizar cómo comer. El resultado de las asambleas pudo no haber sido el deseado, pero no se puede negar que derivaron en decenas de miles de organizaciones sociales que empezaron a hacer emprendimientos productivos, colectivos culturales, de comunicación, organizaciones de microcréditos, comedores, merenderos, bibliotecas y espacios de educación popular. La crisis también cambió a la dirigencia política. No sólo cambió a los políticos, sino que influyó de manera determinante en la conformación de la agenda, puso sobre el escenario nuevos actores. Si se analizan los gobiernos kirchneristas, sale a la luz esto de que el Estado empezó a trabajar esos ejes que fueron protagonistas del estallido: la educación, el trabajo, la deuda externa, la Justicia.
–¿Qué quedó en el camino?
W. I.: –Consideramos que somos “diez años del 2001” y no que estamos “a diez años de”. Es necesario poder pensar dónde y cómo estábamos parados entonces. Es un buen ejercicio que nos permite, además, poder construir una historia popular como pueblo, desde el relato de los hechos que vivimos para poder aprender y rescatar saberes y prácticas, profundizar en determinados temas.

domingo, 18 de diciembre de 2011

Vértigo

(Columna publicada en la revista Caras y Caretas, n° 2265, diciembre de 2011)
Por Walter Isaía y Manuel Barrientos*



La alegría y la emoción desbordan. Son miles y miles los que caminan por la ciudad y sienten que, con sus pasos, recuperan esos espacios públicos que, hasta hace pocos días, parecían ajenos. El presidente Fernando De la Rúa acaba de anunciar el estado de sitio y, paradójicamente, la movilización en las calles se vuelve cada vez más generalizada. La noche, el calor, sentirse muchos, otra vez potentes. Las corridas, la represión, las primeras muertes, ahí, en las escalinatas del Congreso. Vértigo, excitación, dolor, incertidumbre.
No son dos días aislados, representan la cristalización de un largo proceso de resistencia, de una crisis múltiple, agravada por las decisiones de un aparato estatal desvencijado. Pero son dos días de épica, que marcan a fuego la biografía política de las generaciones más jóvenes. “Es el fin del ciclo que se instaló en la dictadura”, sintetiza Víctor de Gennaro en ese mismo momento.
Día largo, de más de 24 horas, el 19 culmina. En el conurbano bonaerense se viven saqueos y “operaciones de contrainsurgencia”, montadas por fuerzas de seguridad y servicios de inteligencia, que buscan desmovilizar a la población, como describen desde el MTD de Solano.
Llega el 20, otra jornada extensa, huella de militancia acumulada del pueblo en las calles. En la mañana, la represión a las Madres, en su Plaza de Mayo, actúa como un nuevo disparador de la movilización popular. Son muchos los que corren hacia el centro de la Ciudad para defender a esos símbolos de la resistencia. La policía golpea, dispara, hiere, mata. No sólo en Buenos Aires, también en el resto del país.
Miles se enfrentan a ellos en diferentes puntos del microcentro. Hay militantes de la agrupación H.I.J.O.S. con pañuelos en la cara. Los motoqueros no paran, arrojan limones para defenderse de los gases y alertan sobre los movimientos represivos. Son como flechas que atraviesan el conflicto. Están acostumbrados a jugarse la vida todos los días, en esas mismas calles. Hay vallas tiradas que funcionan de trincheras y fogatas en las esquinas. Las señales de tránsito que ordenan pautas cotidianas están borradas por completo.
En la calle, uno se encuentra con parientes o amigos, sin planificación previa. Es una suerte de sincronismo social, que se constituye de forma espontánea. Es cierto, hay también algunos grupos organizados. ¿Será “un llamado”?, reflexiona Horacio González. ¿Una revuelta?, dice Luis Zamora. Algunos sectores de izquierda hablan de un “Argentinazo”, aunque no es la clase obrera organizada la que está al frente de las protestas. Aquellos más cercanos a las posiciones libertarias lo califican como una “insurrección popular”. No está muy claro por qué pelear, no hay una agenda heterogénea ni acordada. El enemigo es la policía, sí, pero si se gana el enfrentamiento, ¿qué pasa?
Un Fiat Palio color rojo y otro auto blanco, ambos sin patentes, llevan a los autores de los disparos que dan muerte a los manifestantes. En la Plaza de Mayo un policía dice: “Muertos no”. Pero aclara: “Hay que despejar la Plaza”. Esa orden, poco después, cobra sentido. Luis Zamora y Marcela Bordenave ingresan a la Casa Rosada. Ven que los funcionarios cargan computadoras y carpetas en los autos. Sólo uno de ellos los atiende. “¿Vienen por esto?”, les pregunta, con varios televisores a su espalda, que muestran la represión. Es el final de esa frustración que significó para muchos el gobierno de la Alianza, votado de forma mayoritaria sólo dos años atrás. Del recorte de salarios y jubilaciones, del blindaje, de la vuelta de Domingo Cavallo, del megacanje, del corralito.
Treinta y ocho personas son asesinadas durante esas jornadas. Nadie sabe qué vendrá después. Después de los años del no sé puede, todo parece abierto, posible. Ese “llamado” viene a romper los discursos posmodernos y cínicos del fin de la historia y de caída de los grandes relatos sociales y políticos. Esa capacidad popular de destituir lo establecido queda resonando, como un eco tal vez lejano pero siempre latente. Es la “Argentina Plebeya”, dirá más tarde Raúl Zibechi, que construye una épica que se arroja al futuro.

* Autores del libro 2001. Relatos de la crisis que cambió la Argentina, publicado de forma reciente por Editora Patria Grande.

jueves, 8 de diciembre de 2011

Todos los puntos de venta de "2001"

En estas librerías ya se puede adquirir "2001. Relatos de la crisis que cambió la Argentina"

Librería Hernández, Corrientes 1436
LIBRERÍAS YENNY
ABASTO DE BUENOS AIRES  Av. Corrientes 3247 
AEROPARQUE Aeroparque Jorge Newbery  Loc:   
ALTO AVELLANEDA   Guemes 897           
ALTO PALERMO SHOPPING  Av. Santa Fe 3253  
CABALLITO Acoyte 44/46/48        
FLORES Av. Rivadavia 6527 / 29 /31       
PALERMO PORTAL Av. Bullrich 345       
PASEO ALCORTA Paseo Alcorta Shopping 
PATIO BULLRICH Av. Del  Libertador 740  
RETIRO TERMINAL "EX-MITRE" B.40 a y b
SOLAR DE LA ABADIA Arce 940     
VILLA DEL PARQUE Nazarre 3135 Local 221                                  
EZEIZA Aeropuerto Internacional de Ezeiza        
LA PLATA  Calle 48 Nro 700 Esq. 9      
PLAZA OESTE Juan Manuel de Rosas 658 Local 2090     
SAN JUSTO Juan Manuel de Rosas 3910          
TORTUGAS OPEN MALL Constituyentes y Autopista Panamericana Acceso Norte Ramal Pilar          
UNICENTER Paraná 3745       
Yenny Corrientes
Yenny Resistencia
Yenny Neuquén Portal
Yenny Alto Córdoba
Yenny Alto Rosario
Yenny Trelew
Ateneo Rosario
Yenny Alto NOA Shopping (Salta)
Yenny Mendoza Centro
Yenny Tortuguitas Open Mall (Buenos Aires)Yenny Bahía Blanca Shopping
        
EL ATENEO                                                  
FLORIDA 340  Florida 340            
FLORIDA 629  Florida 629            
GRAND SPLENDID Av. Santa Fe 1860  
LA PLATA Calle 50 nro. 661/663, entre 8 y 9      
JURAMENTO   Cabildo 2093  Federico
Badaraco Distribuidor, Avda.
Entre Ríos 1055. Locales 9,10,11. Planta Alta
Antígona - Centro Cultural de la Cooperación, Corrientes 1543
Antígona Liberarte, Corrientes 1555
Antígona, Callao 737
Antígona, Las Heras 2597
Distribuidora Luongo, Pavón 2540
Nadir, Estación Plaza Constitución, Subsuelo
Nadir, Corrientes 5268
Nadir, Cabildo 1786
Nadir, Rivadavia 5260
Nadir, J.B. Alberdi 5853
Distribuidora Casassa y Lorenzo, Av. San Martín 5934
Cúspide Libros, Suipacha 764
Cúspide Libros, Florida 628
Cúspide Libros, Galería Pacífico, San Martín 760
Cúspide Libros, Corrientes 1243
Cúspide Libros, Corrientes 1316
Cúspide Libros, Santa Fe 1818
Cúspide Libros, Santa Fe 2077
Cúspide Libros, Córdoba 2064
Cúspide Libros, Village Cines Recoleta, Vicente López 2050
Cúspide Libros, Cabildo 1965
Cúspide Libros, Shopping Abasto, Corrientes 3247
Cúspide Libros, Village Cines Caballito, Rivadavia 5045
Kier, Santa Fe 1260
Oliverio Libros, Arenales 916
Crack Up: Costa Rica 4767
Eterna Cadencia: Honduras 5574
De la Mancha: Corrientes 1888
La Cueva: Av. de Mayo 1119
Fedro Libros, Carlos Calvo 578
Prometeo - Ciencias Sociales (UBA) Santiago del Estero 1027 
Nuestramérica Distribuidora,
Librería de las Madres, H. Irigoyen 1584
Hordan Libros, Piedrabuena 478
La Red del Libro Distribuidora S.A, 
Centro Pedagógico (sede de 6 librerías), Concejal Tribulato 976, San Miguel
Boutique del Libro, Arenales 2048, Martínez
Librerías El Atril, 25 de mayo 130, Morón
Librerías El Atril, Sarmiento 846, Morón
La Cueva: I. Arias 2354 - Castelar
La Cueva: Gral. San Martín 2651 - Caseros
La Ronda: Mitre 1110 - Adrogué
Boutique del Libro. Adrogué Boulevard Shopping, H. Yrigoyen 132988. Local 238 - AdroguéD
M Distribuidora, Chachapoyas 2125, Córdoba 
García Santos Libros: San Martín 921 - Mendoza


Por internet, en www.compremoslonuestro.com.ar

martes, 6 de diciembre de 2011

Los relatos de la crisis

(publicado en el diario Página/12, martes 6 de diciembre de 2011)


Un debate sobre los efectos del estallido político, social y económico que hace una década terminó con la presidencia de Fernando de la Rúa enmarcó la presentación del libro 2001. Relatos de la crisis que cambió la Argentina, de Manuel Barrientos y Walter Isaía. El debate tuvo lugar en la Biblioteca Nacional ayer a la tarde y contó con la participación del director de la Biblioteca, Horacio González; el ensayista Alejandro Kaufman, la cientista política María Esperanza Casullo y la periodista e integrante del Colectivo Situaciones Verónica Gago, además de los autores del libro.

Relato de la crisis del 2001 desde las voces de sus actores

(publicado por la agencia Télam, martes 6 de diciembre de 2011)

Un panel de invitados a la presentación del libro "2001, relatos de la crisis que cambió la Argentina", de los periodistas Manuel Barrientos y Walter Isaía, analizó las similitudes de ese momento con la actual crisis en Europa, las reinterpretaciones de las consignas y el rol de los medios hegemónicos en la construcción de la memoria reciente.
En la sala Juan L. Ortiz de la Biblioteca Nacional participaron del debate la politóloga María Esperanza Casullo; la periodista Verónica Gago, el ensayista Alejandro Kaufman y el director de la Biblioteca Nacional, Horacio González.
Casullo abrió el debate con un acto de sinceridad: "uno piensa que no va a olvidar, pero el tiempo pesa. Este libro es un buen ejercicio". Y enseguida planteó el eje de su intervención: "estamos viviendo el 2001 a escala planetaria".
"Argentina es el campo de prueba de la política mundial, por alguna razón los procesos se dan antes acá; pero la crisis de 2001 no fue aislada sino que fue un patrón de la crisis del capitalismo", advirtió.
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